quinta-feira, 10 de março de 2011

Soldado Ferido

Vagando pelo meu minúsculo quarto esta noite de domingo, eu conheci um lugar pior que o deserto, um bosque escuro. No deserto, podemos até ver algo, mesmo não vendo nada o tempo todo, talvez uma miragem? (Lê-se fé) No bosque eu perdi a visão literalmente, nem minha sombra eu pude acompanhar. Um bosque escuro onde eu só escuto o silêncio do vento que bate no rosto, onde a areia me cega, onde eu procuro minhas mãos, mas as encontro presas no bolso do meu casaco. Levanto minhas pernas, e noto que estão enterradas na terra. Lentamente eu vou me despedindo de mim, sinto meu coração pulsar forte e quando me distraio, percebo que ele pulsa cada vez mais lento, talvez ele esperasse alguma reação minha naquele momento. O ar que respiro conta os segundos para sair de mim, talvez ele não me suporte, ou não encontre proteínas para sua sobrevivência, e agora que se ver livre como pássaro. Gostaria que ali fosse noite, por que eu teria certeza que o dia poderia acontecer a qualquer momento. Mas não é noite, nem tão pouco o dia virá, não existe hora, e se por ventura existir lugar, eu poderia inventar qualquer nome, ou calcular dependo da intensidade da minha dor, talvez bosque seja o ideal. Sinceramente? Acho que termino por aqui, talvez no próximo ponto final desse texto! Minha história termina no meu último respirar... No último parágrafo de minhas canções, no último pulsar do resto de coração permanente em mim, no meu último desejo que está por vir. - “Ressucita - me!” E quem disse que esse seria meu fim? A escuridão quase me engoliu, mas maior é o que está em mim do que está no mundo, Jesus. Por diversas vezes nos encontramos como soldados feridos, perdidos do restante do exército em um lugar, no meio do nada. Mas não isso não quer dizer que realmente estamos sozinhos, por que nunca estaremos. Existe alguém que vê tudo bem de perto, que presta atenção em cada lágrima, em cada acorde do teu coração. Existe alguém que te olha quando todos te esquecem, e te ouve quando todos viram as costas. Quando nossa fé vai se desfalecendo a cada segundo, esse alguém aparece, e respira em nós. Quando a tempestade nos faz respirar por aparelhos, e tudo parece não ter mais solução, e você não o sente perto, ele aparece no meio do mar e ordena que a tempestade pare, e que os ventos se acalmem. E a tempestade vai embora, e o que não era dia, se torna dia, e o bosque escuro e sombrio passa a ter vida! Sempre é assim, no último parágrafo ele inventa palavras, e faz do teu texto um poema cheio de rimas e flores estacionadas no vazio do teu coração, e floresce a tua fé, e o teu jardim é regado continuamente. É só querer ver, é só crer! Soldado, não desista dos planos de Deus, tenha força!

Levante a cabeça, existe alguém que te espera no meio do mar, com os braços abertos por inteiro.

“Não desista não pare de crer, os sonhos de Deus jamais vão morrer!”